Eu me possuo

A resenha de hoje é um livro que recebi em pdf da parceira Stella Florence. A autora nacional tem 10 livros e entre eles esse que li e vim comentar com vocês. Mesmo sendo um livro com o tema bem pesado e sério, ela conseguiu me fazer ler o livro em um dia. Simplesmente não consegui parar e devo dizer, preparem os lenços, é extremamente tocante.

Sinopse: “O fato de eu ter me sentido atraída por você, ter ido a sua casa, ter desejado transar com você, não significa que você poderia me violentar. Desejar um homem não é o mesmo que desejar ser estuprada por ele. Você disse que tem ido ao meu bar a m de se desculpar por alguma má impressão que tenha deixado em mim. Você não deixou uma má impressão, Gustavo. Você cometeu um crime. Talvez agora você me pergunte por que eu não te denunciei já que você é um criminoso. Naquela noite, eu dei um nó no meu vestido para disfarçar o rasgo que você fez e me limpei como pude no elevador. Fiquei perambulando pela rua meio tonta, depois entrei num táxi e fui para casa da minha avó. Fui direto para o chuveiro limpar aquilo de mim. Me senti suja, me senti culpada, me senti inferior, me senti até ruim de cama: carreguei por muito tempo acusações que serviam para você, não para mim. Minha falta de experiência me fez acreditar que a culpa era minha, que eu apertei algum botão maldito em você e que talvez sexo fosse aquele horror mesmo. Por isso eu me mantive em silêncio. Mas meu corpo gritava!”

Karina é adulta, cursa faculdade de odontologia e ainda mora com os pais e a irmã. Seus pais tem um relacionamento confuso para ela, sua mãe é completamente submissa ao marido. Sua irmã não é sua amiga, seu porto seguro é sua avó. É para ela que ela corre quando precisa desabafar ou de algum conselho e ela é a única que sabe que Karina foi estuprada aos 17 anos. E não, isso não é spoiller. Como coloquei logo acima o livro gira em torno desse acontecimento na vida de Karina e em como ela conseguiu superar esse trauma.

A vida de Karina começa a mudar quando ela decide se tornar sócia de sua amiga Renata em uma taverna (um barzinho). Ela cresce muito com as experiências que adquire administrando um negocio e conhece muitos homens nesse meio tempo. Por causa do seu trauma, era difícil para ela se relacionar com um homem e gostar realmente daquilo. Vimos em cada companheiro um modo diferente de superação para esse muro de proteção que ela tinha criado. Ela foi se tornando mais confiante, pintou e cortou o cabelo, assumiu uma personalidade mais forte e resolveu se possuir de si mesma.

” HOJE EU GOZO- NO SEXO E MUITO ALÉM DELE. E QUEM FORJOU A CHAVE PARA ABRIR MEU CATIVEIRO FUI EU. A FORÇA QUE HOJE ME HABITA É CRIAÇÃO MINHA. EU ME POSSUO, NINGUÉM MAIS.”

Infelizmente não posso comentar sobre a diagramação do livro, porque recebi em e-book para resenhar, mas a capa é maravilhosa e eu com toda certeza irei compra-lo um dia. O mais tocante na vida de Karina é o modo como ela superou tudo isso. Em um determinado ponto do livro ela tem que encarar o seu violentador, Gustavo, e foi emocionante e realmente tocante ler isso. Esse é um tipo de livro educativo também, porque aborda um assunto que vemos (infelizmente) acontecendo muito ainda nos dias de hoje com mulheres de todas as idades.

O que mais me tocou definitivamente foi a carta/email que Karina escreve no final. É um desabafo de uma força enorme e libertadora. Ela finalmente perdoa seu agressor, por ela precisar e não por ele pedir. Karina finalmente se liberta da culpa que carregava, ela percebe que a culpa nunca foi dela. Não há nada que possa desculpar uma violência de tal proporção. Se você tiver a oportunidade, leia esse livro. É um daqueles livros que você queria que todos conhecessem sabe?! Vou deixar logo abaixo alguns links para compra.

Por fim, queria agradecer de novo a autora. Muito obrigada por me dar a oportunidade de ler um livro tão tocante como o seu. Você com certeza vai mudar a vida de muitas mulheres com o seu trabalho, assim como mudou a minha como já te contei. Obrigada Stella, você é uma mulher incrível.

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Texto e fotos autorais. A cópia total ou parcial sem autorização prévia é plagio, portanto um crime.  Resenhado por Franciele Sparks

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